quarta-feira, 30 de novembro de 2011

sem rei, sem lei, sem fé - eles disseram

Se eu falo
Por que o falo?
Se eu falo
Por que o falo filosofa feito fala fora de filarmonia da orquestra da fala?
Fanaticamente
o fonético falo
fanático da feira
de frutas fúnebres
faz fantoches
de freiras à Freires
findando fábulas
na própria faringe.

Onde o fervo e o frevo fritam
A fé de rei e lei fala pouco.

Flamencas danças,
Finas canções,
Férteis fetos nos fatos
Férteis febres nos fetos
Como faro de fiéis da fita
de ferro, fogo
Com frases fortes e fracas
pela filantropia da fartura.

Resta rezar em linhas de longas línguas
No razo, na razão, na rasura,
Em fé dia do fico,
na fissura.
Labaredas de libertinagens líquidas
Em que cú e civilização iniciam com o fim do 'i'
A mesma terceira letra iniciada por 'c'
Firmando em letras a podridão da pátria
ferindo e assassinando bilhões de cores,
demarcando.
Enfeitiçados com gaiolas,
humanas imundícies jocosas mataram e matam os nus, obcecados.
Para que o sangue transformasse-se em Finito
Para que o sangue tornasse-se Lavas
Para que o sangue transpusesse Ruínas
Urdindo vendas de Frio,
zelando pela Fome dos analfabetos
deste si e dos outros desta civilização.

Nas latrinas do fedor da cidade
Revolução, rei e lei fumam
a mesma merda
o mesmo medo
onde cú e língua São Proibido's
Onde ladrão, patrão e pátria fomentam
a ratoeira que se traduziu em Português.

Na Vila de Glórias breves...

A soltura dos embriões bípedes decola por sobre os paralelepípedos.
De cola nada, se não os cheiros, imagens, barulhos pequenos em até certo ponto, grande cidade.
Sotaques soltos, cimentos alimentados pelo natural plantio, vida exposta. Como deus em todo cano, canto, entoando nos cantos dos transeuntes, trecheiros, poetas...Com tanto em tão pouco tempo.
Por que não papel e tinteiro na mochila? "Palerma!"
Personagens obcecados pela verdade, deus, mística que instiga estas vidas e nos encontra. O tempo de enlace é o tempo do olhar, e assim se desdobra nos acasos das noites das praças. Com o nome ecoando aos vários cantos, a identidade comprova: RG e cartões bancários.
Vários nortistas, nordestinos, rosto surrado, suor ressecaso na pele funda. Troca de aromas urbanos e viajantes, outros sorrisos comidos pela droga. No pano de fundo estampado daqueles e e de nossos rostos, o pano de fundo torna-se absorvente sangüíneo, enquanto escorre, pulsa.
Talvez seja duro dizer, mas poesia não se decora. Arte é trabalho na boca de quem trabalha para sobreviver e esculpir um sonho: A casa de viajantes; viver na justiça de deus; contemplar o mar com a aposentadoria no bolso.
Fome torna-se cotidiana, de forma a não desejar engolir qualquer carne. Agora estas carnes resistem à incrível produção de bem e mal, antagonismos variantes, sofrimento e dor.

Uma mãe falou: "Eu sou otimista por opção!"

Conversa de pombas e ratos depois do fim

Não sei se você sabe por quê tenho essa cicatriz em meu rosto...

Quem é essa sombra?
Quantos anos ela tem?
Quais sóis se vestem com as chuvas que convém?
Quem vai financiar a sombra que não vem?

Essa árvore tem nome de Acácia, é pra lenha e pro couro. Só não sei pra que troncos e peles...

Qual o nome desta rua?
Quais rodas que transitam?
De que é feito o carro?
Que carne tem no aço...de quem?

A pele é uma camada finda pra aqueles que dizem que este é o céu. Isto, meus caros, é apenas a tampa do infinito...

Por que o nome é o mesmo?
Que letra inicia o meio?
Que final tem outra rua de mesmo nome?
Por que aquele homem merece a memória das ruas com fome?

Moça, corre atrás do vento, se conseguir pegá-lo, traz um pedaço pra mim...

Que sombra tem o morto?
Qual vivo que assombra?
Que mãos costuraram a bandeira?
Por que a placa está à direita de uns e outros não?

Aquilo foi passado, agora quero alguém pra outro passado. Você é linda!

Que língua precisou da interrogação?
Por que assombra o não silencioso do sim?
Que gosto tem o poder da afirmação?
Por que a sombra é o silêncio que não tem fim?

E no abraço disse “esse é o desapego mais difícil que vivo”, mas vivemos. Até o próximo acaso!

Levi-la & Jorgefi-la

Um homem só viajou
na bicicleta em pé no pino
doendo
cem pe(´) so (´) s
Andou com deus
vagando palavras
margeando o mar
Não pesca dor
pois tijolos levanta
e parede reboca
para bocas plásticas.

Vila na Fila da Glória

Na veloz cidade passo
E se parto
Parte de mim
Porto fica
É um parto sem fim

Partindo pedras de Pedros e Marias, Mários e marés
Na rede social de pescador sem mãos e pés
Pesco no ar:

- "Vou descascar esta cebola!"
- "Oi, tá com dor?"
- "Vou botar saia nesta cebola!"


Espelho, espelho (meu?) - III

Exalta os braços e se alonga
A longa jaqueta sintética
Alonga, alonga a noite
Esta e mais duas
Para se alongar livre das ruas (de segunda).

...

coragem é afirmar todo dia aquilo que não se quer ser. negar, a cada minuto, a possibilidade de não precisar contá-lo, para sobreviver em um futuro que nunca existiu.

Espelho, espelho (meu?) - II

Eu vi o bigode limpar o prato com detergente
E antes que a selva se mostrasse sobre o vidro
A esponja liberou o novo
Sugando o ar da noite do corvo
Vingando a água de sal do po-l-vo

Eu vi o bigode na travessia das carroças
Quieto e cansado repousou na biblioteca
Ali jaz mentiras cabeludas de um careca

No cemitério dos sonhos de lavanderia
O sab(id)ão transborda
Ironia, ironia!
Alegria, alegria!

Violeiro Só - Amarelinha

Violeiro Só e Os Mal Acompanhados - Dia Cinza

A garota

A garota chegou
A garota chegou
Vestido rosado, cabelo alvo

A garota chegou
A garota chegou
Derme madura, sorriso em formosura

A garota chegou
A garota chegou
Voz de poeta à(vó) de poeta

A garota é guria
É cara, é coroa
A garota abraçou
O sol, a vida, a garoa!

A garota vai
A garota vai
De encontro à criança que a garota está.

A garota vai
A garota vai
Em contos da lembrança que a garota está.

A garota foi
A garota foi
Aqui, lá, cá
Sem cicatriz
Em seu si atriz

A garota é
A garota é
Uma sem hora mulher!

...

onde você esteve este tempo todo?

Espelho, espelho (meu?)

Quando elas dirigem seus altos saltos
Finos toques, finos couros
Chicoteados nos fetiches
Fortes jóqueis, fortes touros

Saltos altos seus as dirigem
Elas de quando em quanto
Enquanto outras lavam
seus altos caros sonhos de prateleiras

Pó de vitrine
Suicídio de manequim
Maneta da falange,
pode que braço erguer este 'sim'?
Pó de que abraço se perde aqui?
Manequim frouxo não pode ir...

Quando curte o couro
Dos calos das mãos
que corem cetim,
toucinho é mordido no instrumental do cuim.

Devagar, torturante, bem assim:
Quanto quando!
Pra pinto ser galo
pinta ser galã,
galo ser prato
pra tolo ato de cozir
assado, assim?

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Qualquer semelhança, não é mera coincidência!

São Leopoldo - RS

São Leopoldo - RS

São Leopoldo - RS

Porto Alegre - RS

Porto Alegre - RS

Porto Alegre - RS

Porto Alegre - RS

São Leopoldo - RS

Caxias do Sul - RS
Porto Alegre - RS

E lá ficaram...

No alto das claves de sol, e de tudo aquilo que bem não sei designar, eles ficaram. Apaixonados um pelo outro, e por eles: música e jazz. E lá ficaram aqueles homens da obra de quatro edifícios, crentes num tempo em que não será preciso estar por lá, estatisticamente uma das maiores cidades do Sul do Brasil. Nas caixas de Caxias, o sol ilumina por entre prédios cinzas e monumentos em memória dos heróis da civilização, porém, "cada sociedade tem o vandalismo que merece", e intuitivamente as pombas hão de povoar mais e mais a praça principal. Agrada saber que há amor entre tantos mecanismos de segurança; que há jovens inquietos de todas as idades e notar tão nitidamente que esta cidade é uma lente de aumento da cidade de origem desta beata.
Quantos sonhos se aposentam nestes estilos provincianos de cidade? E quantas árvores, como a Acácia é plantada de pouco em pouco para camuflar os "campos dos bugres" destruídos em prol...em prol de que mesmo?